Como funciona o tratamento de ovodoação?

O tratamento de ovodoação envolve as seguintes etapas:

1- Seleção da doadora de óvulos

Uma doadora de óvulos é selecionada com base em critérios como idade, histórico médico (pessoal e familiar) e testes de triagem para doenças genéticas e infecciosas. Essa doação em geral se dá de forma anônima, através da utilização de bancos de óvulos nacionais ou internacionais, ou, recentemente, de acordo com a Resolução do FCM 2.320, de 01/09/2022, pode ser feita a doação de óvulos para familiares de até quarto grau, desde que não incorra em situação de consanguinidade.

No Brasil é proibida a venda de óvulos, portanto a ovodoação no Brasil deve ser feita de forma voluntária (sem fins lucrativos) e anônima. Quando é optado por utilizar óvulos de doadora conhecida, familiar, é necessária avaliação da saúde física e mental de todos os envolvidos e elaboração de termos de consentimento específicos, para assegurar à receptora todos os direitos do ponto de vista médico e jurídico da utilização dos óvulos e embriões decorrentes desse tratamento mediante a necessidade do casal que está recebendo os óvulos doados.

2- Estimulação ovariana da doadora

A doadora passa por um processo de estimulação ovariana com medicamentos para produzir múltiplos óvulos maduros para a doação.

Os óvulos podem ser utilizados a fresco, neste caso requer uma sincronização entre o ciclo da doadora e da receptora, ou podemos utilizar óvulos congelados, permitindo a importação de óvulos de outros países e mesmo a utilização destes sem a necessidade de sincronizar os ciclos entre doadora e receptora.

3- Coleta dos óvulos da doadora

A coleta dos óvulos é feita por meio de um procedimento chamado aspiração folicular, realizado sob sedação. Os óvulos são então fertilizados em laboratório com o sêmen do parceiro da receptora (ou eventualmente podemos utilizar sêmen de doador, em casos específicos).

Quais são as indicações de ovodoação ou ovorrecepção de óvulos?

A ovodoação e a ovorrecepção são técnicas de reprodução assistida que são indicadas em várias situações, como:

• Falência ovariana precoce: quando os ovários deixam de funcionar antes dos 40 anos, dificultando ou impedindo a gravidez natural.
• Baixa reserva ovariana: quando a quantidade e qualidade dos óvulos é insuficiente para a gravidez natural ou mesmo para a fertilização in vitro.
• Idade avançada da mulher: com o envelhecimento, a fertilidade feminina diminui, tornando mais difícil a gravidez por meios naturais ou através da reprodução assistida.
• Doenças genéticas: mulheres que têm uma doença genética que pode ser transmitida para seus filhos podem optar pela ovodoação para evitar a transmissão do gene causador da doença.
• Falha repetida de fertilização in vitro (ou falha de implantação): quando as tentativas anteriores de fertilização in vitro falharam repetidamente, a ovodoação pode ser uma opção com maior taxa de sucesso.
• Condições médicas: algumas condições médicas, como histórico de câncer, tratamentos prévios de quimioterapia e radioterapia, podem afetar a fertilidade feminina e a ovodoação pode ser uma opção para mulheres que desejam ter filhos após o tratamento e não tiveram a possibilidade de congelar seus óvulos antes do tratamento.
• Ausência de ovários: mulheres que nasceram sem ovários ou tiveram seus ovários removidos cirurgicamente por alguma razão, podem recorrer à ovodoação para ter filhos.

Em resumo, a ovodoação e a ovorrecepção podem ser indicadas em uma variedade de situações em que a fertilidade feminina é afetada ou impossibilitada. No entanto, cada caso deve ser avaliado individualmente por um médico especialista em reprodução assistida para determinar a melhor opção de tratamento.

Existe um limite de idade para ovodoação?

De acordo com a nova resolução do CFM 2.320, de 01/09/2022, a idade limite para a doadora é de 37 anos e no caso de homens que desejam doar o sêmen o limite é de 45 anos. Exceções ao limite da idade feminina poderão ser aceitas nos casos de doação de oócitos ou embriões previamente congelados desde que a receptora seja mantida devidamente esclarecida dos riscos que envolvam a idade do óvulo.

Quanto à receptora, não existe um limite de idade máxima para que seja realizado, desde que a mulher se encontre em situação de saúde física e emocional apta a gestar, de acordo com exames clínicos e ginecológicos.

Qual o valor da FIV com ovodoação?

O valor do tratamento de ovodoação pode variar bastante no Brasil, dependendo de vários fatores, como a clínica de fertilização escolhida, a cidade onde está localizada, as características do tratamento e a quantidade de medicamentos necessários para estimular a ovulação da doadora.

Em geral, No Brasil, as opções de tratamento para quem precisa receber óvulos normalmente envolvem a contratação de um banco de óvulos nacional, ou internacional, sendo esta última opção associada a maiores valores do tratamento.

Existem formas de otimizar os valores em um tratamento, como a doação compartilhada de óvulos. A doação compartilhada de óvulos é uma modalidade de doação de óvulos em que duas mulheres participam do processo de fertilização in vitro (FIV), uma doando seus óvulos e outra recebendo esses óvulos doados.

No Brasil, essa prática é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pode ser realizada em clínicas de reprodução assistida que tenham autorização do órgão. Nessa modalidade, a receptora custeia parte do tratamento da doadora, que recebe esse benefício financeiro decorrente da doação.

Esse tipo de doação é regulamentado pelo CFM e pode ser uma opção para casais que têm indicação de FIV, mas que não podem pagar o tratamento completo. Além disso, é uma opção para mulheres que não têm condições de doar seus óvulos de forma independente, mas desejam ajudar outras mulheres a realizar o sonho da maternidade.